Terça-feira, 29 de julho de 2025
Redenção

Indígenas cobram soluções para a falta de transporte, medicamentos e exames para moradores de aldeias no norte do Tocantins

A falta de assistência de saúde e mortes registradas dentro de aldeias da etnia Apinajé, em Tocantinópolis, no norte do estado, levou moradores a denunciarem a situação. O que mais atrapalha os indígenas a conseguirem ter acesso aos hospitais da região é a falta de transporte.

Kunityk Apinajé tem 92 anos e precisa fazer manutenção na bolsa de colostomia que está entupida, mas não consegue transporte. O idoso fala pouco português, mas sabe que a situação que enfrenta não é normal. “Eu quero pedir pra autoridade, remédio pra nós, remédio”, comentou.

O idoso perdeu a esposa há seis meses e a família nunca recebeu informações sobre a causa da morte dela.

O povo apinajé possui 66 aldeias no extremo norte do Tocantins. Todas têm problemas da falta de acesso aos sistemas de saúde. Segundo as lideranças, só nos últimos seis meses oito pessoas morreram sem diagnósticos.

A Secretaria de Estado da Saúde informou, em nota, que apura as queixas relatadas e que tem compromisso com um atendimento humanizado e de qualidade a todos os usuários do SUS, incluindo os povos indígenas. O Ministério da Saúde informou que equipes multidisciplinares do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) fazem o acompanhamento de saúde e de assistência primária nas sessenta e seis aldeias da etnia Apinajé.