Terça-feira, 17 de junho de 2025
Redenção

Entenda as origens do conflito entre Israel e Irã

O planeta atravessa um fim de semana de suspense. Desde a noite da última quinta-feira (12), no horário de Brasília, os bombardeios de Israel a centrais nucleares, instalações militares e cidades iranianas ressuscitaram o medo de uma nova guerra no Oriente Médio. Em meio às reações do Irã, que retaliou os bombardeios, o receio de uma escalada que pode terminar em uso de armas nucleares que pode se alastrar para outras regiões.

Para especialistas as origens do conflito entre Israel e Irã estão na disputa pela ampliação das esferas de influência no Oriente Médio. De um lado, um país cercado de inimigos que tem colonizado territórios de palestinos e é acusado de cometer genocídio na Faixa de Gaza. De outro, um país muçulmano xiita que passou décadas financiando grupos contrários ao Estado israelense.

O professor de Geopolítica da Escola Superior de Guerra (ESG) Ronaldo Carmona ressalta que Israel encontrou uma janela de oportunidades para debilitar o Irã, mesmo com dificuldades internas no governo de Benjamin Netanyahu. Ele ressalta que o país tem um projeto expansionista no Oriente Médio.

Em relação ao Irã, o professor relembra que o país comanda há décadas o eixo de resistência islâmica a Israel e que está enfraquecido após uma sucessão de golpes nos últimos anos, a maior parte patrocinado por Israel. “O eixo de resistência é exatamente esse conjunto de forças islâmicas aliadas, lideradas por Teerã, que inclui, o Hamas, o Hezbollah, os houthis no Iêmen, milícias iraquianas e incluía o antigo governo sírio de Bashar al-Assad. Isso perdurou por décadas”, ressalta.

Israel alega que Teerã está construindo bombas atômicas, que poderiam ser usadas contra Tel Aviv. O Irã nega e sustenta que usa tecnologia atômica apenas para fins pacíficos, como a produção de energia. Já Israel é um dos poucos países do mundo que não assinaram o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).

Por outro lado, o Irã é signatário do TNP e nega que tenha violado compromissos com a AIEA.

(WELLTON MÁXIMO E LUCAS PORDEUS LEÓN – REPÓRTERES DA AGÊNCIA BRASIL. Foto: Stanislav Vdovin/Sina Drakhshani/Unsplash)