Terça-feira, 8 de julho de 2025
Redenção

Terapia celular promete liberar diabéticos das injeções diárias de insulina

Em um estudo recente, que pode ser considerado transformacional, uma equipe de cientistas, liderada por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, apresenta uma terapia celular inédita para diabetes tipo 1 que pode eliminar a necessidade de injeções de insulina.

Publicada no New England Journal of Medicine, a pesquisa oferece uma esperança real para os mais de oito milhões de pessoas que vivem globalmente com essa condição, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes, representando o que podemos chamar de cura funcional da doença.

Diferente do hormônio que precisa ser tomado antes de todas as refeições pelo resto da vida, o tratamento chamado zimislecel é administrado uma única vez. É como um “transplante microscópico” feito com infusão única de células pancreáticas (uma versão artificial das ilhotas de Langerhans).

Considerada um marco na medicina regenerativa, as células criadas a partir de células-tronco não são apenas “parecidas” com as ilhotas naturais, mas são indistinguíveis delas, segundo o estudo. E, uma vez no corpo, são funcionalmente idênticas, detectando glicose, produzindo insulina e regulando hormônios.

Como essa insulina não é sintética, mas sim produzida pelo próprio organismo da pessoa, isso significa que o corpo volta a funcionar como se nunca tivesse tido diabetes. Um ano após o tratamento, 10 dos 12 participantes não precisavam mais de insulina suplementar.

Em entrevista à CNN Brasil, a médica Andressa Heimbecher, doutora em Endocrinologia pela Universidade de São Paulo (USP), avalia que, apesar de estar na fase 2 e ainda com poucos pacientes, a expectativa é de que em cerca de 10 anos tenhamos uma terapia segura, replicável e em escala planetária.

(CNN Brasil/Jorge Marin. Foto: Vertex Pharmaceuticals/Divulgação)

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