Cantos que ecoam pela floresta, flechas certeiras e pés descalços, que correm firmes sobre a terra que sustenta uma história milenar. Altamira, no oeste do Pará, viveu o encontro inédito de tradições e prática esportiva com a realização do Festival de Cultura e Jogos Indígenas do Xingu. Valorizando costumes, saberes e a ancestralidade de povos tradicionais, o evento reuniu mais de 900 indígenas, de 14 etnias, em uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Sepi), e de uma rede de parceiros federais, municipais e da iniciativa privada.
O Festival transformou arenas, ruas e palcos em espaços de competição e celebração. A população de Altamira e visitantes vivenciaram a cultura de povos originários da Amazônia, com programação intensa de jogos tradicionais, rituais e shows.
A programação esportiva incluiu modalidades que combinam força física, habilidade coletiva e saberes milenares. Entre os destaques, as provas de arco e flecha, que exigem precisão e domínio técnico; arremesso de lança, que tem grande significado simbólico para os povos, e a tradicional corrida de bastão, que retrata o espírito de coletividade nas aldeias.
Também foram disputadas provas de canoagem, futebol, natação, cabo de força, tiro ao alvo e corrida livre de 100 metros, nas categorias masculina e feminina.
Com a maior diversidade étnica do Pará, o Médio Xingu é representado por nove etnias originárias da região: Arara, Xipaya, Kuruaya, Asurini, Xikrin do Trincheira Bacajá, Kayapó do Kararaô, Parakanã, Araweté e Juruna.
Como povos convidados, participam indígenas Gavião Kyikatejê, Krimei Xikrin (do Rio Cateté) e Kayapó Mebêngôkre (da Terra Indígena Kayapó), que habitam outras regiões do Estado. Cada delegação com mais de 60 integrantes, incluindo atletas, crianças e anciãos, que compartilham suas práticas esportivas e culturais.
(Agência Pará/Por Jaelta Souza –SEPI. Fotos: Marcelo Lelis / Ag. Pará)