A Polícia Civil está investigando um grupo criminoso que causou um rombo de mais de R$ 21 milhões na Justiça de Mato Grosso, por meio de fraudes processuais, estelionato e uso de documentos falsos. A reportagem revela como funcionava o esquema investigado pela Operação Sepulcro Caiado, que prendeu 11 pessoas na quarta-feira (30), em Cuiabá.
De acordo com a polícia, o grupo entrava com ações de cobrança na Justiça e, sem que os devedores soubessem, simulava o pagamento da dívida usando comprovantes falsos de depósitos judiciais.
Com esses documentos falsificados, um servidor do judiciário alterava o sistema do TJMT para que constasse que o dinheiro estava disponível no processo. Assim, era possível emitir e sacar o valor por meio de alvarás.
Conforme a decisão, o prejuízo inicialmente identificado era superior a R$ 11 milhões em apenas 17 processos. No entanto, os indícios apontam que os valores desviados ultrapassam R$ 21 milhões. A investigação sugere que esse valor pode representar apenas uma fração do dano total.
O grupo começava entrando na Justiça com ações de cobrança, muitas vezes sobre dívidas que não existiam ou com valores inflacionados.
Para dar aparência de legalidade aos processos, o grupo usava documentos falsificados, incluindo procurações com assinaturas falsas que davam poder a advogados que nunca foram contratados pelas vítimas. Em alguns casos, nem havia procuração no processo.
(Por g1 MT. Foto: Reprodução)