O geólogo Breno Augusto dos Santos, um dos responsáveis pela descoberta da província mineral de Carajás, faz um alerta sobre a necessidade, urgente, de Parauapebas buscar alternativas econômicas para o período pós-mineração.
“Vão ser vinte, trinta anos com minério rico e depois, sem royalties. Como vai ficar? Parauapebas tem 300 mil habitantes. O pessoal da Vale vai para Canaã, e a população? Vai se tornar uma cidade fantasma?”, questiona, sugerindo alternativas em setores como turismo e pecuária de qualidade.
Aos 85 anos, Breno foi homenageado no evento Café com Ciência, como parte das comemorações dos 15 anos do Instituto Tecnológico Vale (ITV), em Belém. Evento reuniu jornalistas da Capital, de Parauapebas e do Maranhão.
“É impossível a humanidade evoluir sem a mineração, não há como, desde a idade da pedra que o homem evoluiu por causa da mineração, mas é importante que ela seja feita sempre com responsabilidade”, pontuou.
O Complexo Minerário de Carajás, maior província mineral do mundo, completa 40 anos de operação. Descoberto em 1967 pelo geólogo Breno Augusto dos Santos, o projeto começou a operar em 1985, com mina, usina, porto e ferrovia interligando o Pará ao Maranhão.
Hoje, a Vale foca na produção de minerais essenciais à transição energética e no combate às mudanças climáticas, com o Programa Novo Carajás, que prevê R$ 70 bilhões em investimentos até 2030 para manter a produção de minério de ferro de alta qualidade e ampliar a extração de cobre.
(Correio de Carajás/Por: Theíza Cristhine. Foto: Vinicius Moraes)