Terça-feira, 9 de setembro de 2025
Redenção

PCC na Faria Lima: entenda papel de padarias e conveniências no caso

A megaoperação do Ministério Público de São Paulo (MPSP) que aponta elo do Primeiro Comando da Capital (PCC) com empresas da Faria Lima mostra um complexo mecanismo de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio de pessoas ligadas ao setor de combustível. As padarias e lojas de conveniência eram parte de uma intrincada engenharia de camadas, com nomes e donos sobrepostos, usadas para dificultar os verdadeiros beneficiados, diz a investigação.

A apuração do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) aponta que partes das empresas são constituídas em nomes de laranjas e encerradas rapidamente, passadas para o nome de outras pessoas e também com CNPJs em duplicidade. Tudo para criar uma espécie de confusão proposital, suspeitam os investigadores.

Um exemplo disso é a grande quantidade de padarias Iracema com CNPJs citados no inquérito. Na avenida Angélica, nos Campos Elíseos (centro de SP), a padaria Nova Iracema está no nome de Tharek Majide Bannout. No entanto, o inquérito também cita outros três estabelecimentos com nomes similares, dois deles na avenida Angélica. Padrão parecido acontece com empresas com o nome Salamanca.

Parte dos estabelecimentos está em nome de Maria Edenize Gomes, moradora de Santo Amaro das Brotas (SE), município com 11 mil habitantes, suspeita de ser laranja no esquema. Sem vínculo empregatício localizado pelos investigadores, em menos de um ano, ela passou a ser sócia de 70 empresas, das quais 33 continuam ativas –parte delas são padarias.

(Metrópoles/Artur Rodrigues Rodrigo Tammaro. Reprodução/ Instagram Padaria Iracema)