Sábado, 6 de setembro de 2025
Redenção

PF monitorou entrega de valores em órgãos públicos do Pará

Ao longo da investigação que apura fraudes em contratos voltados à Saúde e à Educação em cidades do Pará, que somam R$ 198 milhões, a Polícia Federal (PF) flagrou uma série de supostas entregas de dinheiro para servidores públicos.

Os flagrantes, descritos pela PF em relatório sobre o caso e que resultou na Operação Expertise, deflagrada na manhã de terça-feira (2/9), foram feitos em 2024 durante diligências sigilosas.

O objetivo era monitorar saques em espécie de valores “vultosos”, efetuados por sócios de empresas contratadas por entes públicos do estado do Pará, “possivelmente com o intuito de pagamento de propina a servidores públicos”.

Durante três dias de acompanhamento, os policiais monitoraram a movimentação de veículos e indivíduos associados às empresas Líder Engenharia; Max Empreendimentos; Brasil Brasil; e Fortes Comércio.

As ações foram motivadas por uma fonte que informou à corporação que Jacélio Faria da Igreja – um dos alvos da operação de terça-feira e sócio da Líder Engenharia – se preparava para realizar um saque de R$ 450 mil. O valor, diz a PF, era supostamente destinado ao pagamento de vantagens indevidas a funcionários públicos.

O primeiro flagrante foi em 13 de março daquele ano, quando um veículo ligado a Alex Jordano da Cunha, sócio da Max Empreendimentos, foi identificado na sede da Polícia Científica do Pará (PCEPA), órgão contratante da Líder Engenharia.

Já em 14 de março, Alberto Furtado, sócio da Brasil Brasil e da Fortes Comércio, foi seguido desde a sede da empresa até uma agência do Banco do Estado do Pará, o Banpará, onde realizou uma “movimentação bancária suspeita”.

Dias mais tarde, em 22 de março de 2024, Jacélio e Alex Jordano foram novamente vistos na mesma agência do Banpará, onde ocorreu novo saque, desta vez no valor de R$ 600 mil.

Segundo a investigação do caso, o primeiro passo do esquema se dava a partir da formalização de contratos fraudulentos entre as empresas investigadas e órgãos vinculados ao Governo do Estado do Pará, tais como os citados Detran e Polícia Científica, ou a Alepa.

(Metrópoles/Fábio Serapião/ Letícia Pille. Foto: Polícia Fedeal)