Domingo, 4 de maio de 2025
Redenção

Marabá chega a nove mortes materno-neonatais

Nos primeiros minutos da madrugada de ontem, quarta-feira (5), Marabá registrou a nona morte materno-neonatal do ano, chegando à incrível média de uma morte a cada quatro dias.

O caso mais recente envolveu a gestante Dayane Santos de Sousa, de 33 anos. Ela deu entrada no Hospital Materno Infantil (HMI) apresentando dor abdominal intensa e sangramento, um pouco antes de 1h da madrugada. O bebê que ela carregava no ventre morreu. Segundo a prefeitura, o feto já estava sem batimentos cardíacos quando ela deu entrada no HMI.

De acordo com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura, a equipe médica prestou atendimento imediato, constatando a gravidade do quadro e a ausência de batimentos cardíacos do bebê. A paciente foi submetida a uma cesárea de urgência, momento em que foi constatado descolamento prematuro da placenta.

Dayane informou ter sido muito bem tratada pela equipe médica da casa de saúde. “Não tenho do que reclamar; me trataram muito vem”, resumiu, ao acrescentar que foi informada logo após o parto que o bebê já estava sem vida.

Por outro lado, num primeiro contato feito pela reportagem, a Secom afirmou, de pronto, que a paciente seria moradora de outro município e que fora deixada na porta do HMI. “Esta é a versão verdadeira”, afirmou o secretário, em ligação telefônica.

Acontece, porém, que a própria paciente informou que mora no Bairro Liberdade, em Marabá, desmentindo a tal “versão verdadeira”. Somente depois disso, a Secom admitiu por mensagem que a paciente é residente mesmo neste município.

“O recém-nascido recebeu atendimento de reanimação cardiorrespiratória pela equipe pediátrica, porém, sem sucesso. A família foi informada sobre todo o processo durante o atendimento. A puérpera segue internada, apresentando boa evolução clínica”, diz nota enviada à Imprensa.

O diretor técnico do HMI, Fábio Farias, reforça que a unidade está adotando medidas emergenciais e de médio prazo para aprimorar a assistência materno-infantil, incluindo a ampliação do serviço de ultrassonografia, a aquisição de novos equipamentos para monitoramento fetal e a implementação de protocolos de atendimento padronizados.

(Correio de Carajás/Chagas Filho. Foto: divulgação)