As tarifas estabelecidas por Donald Trump começam a impactar certos segmentos das exportações do Brasil para o mercado americano, e o setor privado está levando o alerta para os negociadores do Itamaraty.
Um levantamento realizado pela Câmara de Comércio Brasil-EUA indicou que, embora o fluxo de vendas continue crescendo de uma maneira geral e até atingindo números inéditos, alguns setores já identificaram prejuízos. Dos dez produtos mais exportados pelo Brasil aos EUA, cinco sofreram quedas.
Se não bastasse, os americanos ainda ampliaram o superávit comercial que somam com o Brasil desde a imposição das novas tarifas.
Em 2 de abril, Trump anunciou taxas de importação a dezenas de países, abrindo um processo de negociação com cada um deles. O prazo para a conclusão das conversas foi estabelecido em 9 de julho.
Certos impostos chegaram a ser suspensos no meio do caminho, mas no caso do Brasil, as taxas foram mantidas em 10%, com setores da siderurgia enfrentando impostos que variaram entre 25% e 50%.
Entre janeiro e maio, as exportações brasileiras para os Estados Unidos atingiram US$ 16,7 bilhões. De acordo com a Câmara, o resultado representa um crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2024 e estabelece um recorde para o período. Para a entidade, isso reforça “o papel estratégico dos EUA como principal destino de bens industrializados brasileiros”.
(Jamil ChadeColunista do UOL, em Nova York. Imagem: Carlos Barria – 2.abr.25/Reuters)