Cerca de 77 mil toneladas de frutas brasileiras que aguardam exportação para os Estados Unidos correm risco de estragar ou de serem comercializadas abaixo do preço de mercado por causa da tarifa de 50% imposta pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Anunciada por Trump, a medida entra em vigor em 1º de agosto e já levou à suspensão de embarques de frutas, pescados, grãos e carnes.
No setor de frutas, o impacto é expressivo:
36,8 mil toneladas de manga
18,8 mil toneladas de frutas processadas, principalmente açaí
13,8 mil toneladas de uva
7,6 mil toneladas de outras frutas
De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), cerca de 2,5 mil contêineres estão preparados para exportação, à espera de uma solução diplomática.
A quantidade é suficiente para abastecer, por um ano inteiro, a população de grandes capitais como Salvador (BA), Manaus (AM) e Recife (PE).
Se convertida em suco, essa quantidade equivaleria a 38,5 milhões de litros, o bastante para servir um copo a mais de 192 milhões de pessoas.
O números dimensionam o impacto da disputa comercial, que atinge em cheio produtores e exportadores do país.
A crise impacta diretamente os produtores do Vale do São Francisco, que lidera o cultivo no Brasil. Caso o impasse persista, os efeitos negativos devem se alastrar pelas próximas safras, com potencial para reduzir investimentos, provocar demissões e afetar toda a cadeia logística da fruticultura nacional.
(Por Lorena Fraga, GloboNews — Brasília. Foto: Reprodução/TV Bahia)