A onda de violência que aterroriza o Equador esvaziou ruas e deixou 13 mortos até agora. Em cinco prisões do país, mais de 130 pessoas são mantidas reféns.
Na capital, Quito, quase ninguém no metrô; quem pode não saiu de casa. Um homem contou que só viu lojas fechadas.
Em Guayaquil, também ruas vazias e comércio fechado. Praticamente só se viam policiais de manhã cedo nesta quarta-feira (10). Um estudante disse que é um reflexo do medo das pessoas.
A situação ainda é muito tensa. Facções do narcotráfico mantém mais de 130 agentes e funcionários de penitenciárias reféns. Nesta terça (9), a situação no país saiu do controle. Rebeliões em presídios, carros e ônibus queimados, bombas nas ruas… Os traficantes chegaram a invadir uma emissora de TV com armamento pesado, fazendo reféns sob a mira de armas e ameaças de explosão.
O governo divulgou nesta quarta-feira (10) um cartaz de “procura-se” por José Adolfo Macías Villamar, conhecido como Fito, um dos traficantes mais perigosos do país. Ele é chefe da facção “Los Choneros”, uma organização de tráfico de drogas com conexões internacionais, e fugiu da prisão durante um motim no domingo (7).
Foi depois disso que a violência aumentou ainda mais nas ruas e nas penitenciárias, onde a situação já era tensa. Como resposta, o presidente Daniel Noboa decretou, na segunda-feira (8), estado de exceção por 60 dias e incluiu um toque de recolher durante a noite.
Na terça, com a violência fora de controle, Noboa declarou um estado de conflito armado interno e listou 22 facções como organizações terroristas. A decisão deu aos militares amplo poder de combate aos narcotraficantes.
O chefe do comando conjunto das Forças Armadas, almirante Jaime Vela, afirmou que os bandidos queriam assustar a população e que agora são alvo dos militares. (G1/Jornal Nacional)